quarta-feira, 16 de junho de 2010

Por quê?

Por quê nós temos a irritante mania de achar que nada está bom? Sempre colocamos erros, impecilhos e defeitos em tudo, por melhor que esteja. Por exemplo: Estamos no verão e vivemos reclamando do calor que é infernal, quando o inverno chega nós reclamamos que está frio de mais e que o calor que estava bom.

Por quê não conseguimos ser felizes por muito tempo? Isso é a coisa que mais me intriga, a felicidade vem, a gente ignora e logo depois ficamos lamentando. Todo mundo faz isso e é uma coisa universal, reclamamos porque somos tristes, reclamamos porque estamos trabalhando de mais(ou de menos, que é o meu caso)reclamamos dos habitos e defeitos dos nossos namorados(das), mas nunca reparamos nos pequenos momentos que seguem a gente o tempo todo, continuamente. Esses pequenos gestos, momentos e frações de segundo no qual as coisas ficam um pouco mais alegres e o mundo parece parar só porque ele está alí... acabando de acordar na sua cama e te olhando com os olhos mais lindos do mundo(mesmo você estando horrendo, com o cabelo todo bagunçado e um bafo de "acabei de acordar"), mesmo com isso nós conseguimos dar mais valor as coisas que nos incomodam. Somos seres humanos, animais completamente desequilibrados(no sentido literal, se formos parar pra pensar, somos os UNICOS animais que reclamam, que acham as coisas ruins e que pensam... pensar as vezes é uma coisa horrivel), seguidos unicamente por uma motivação que até os animais seguem: o instinto. Nossa única diferença é que conseguimos, as vezes, misturar o instinto com um pouco de inteligencia e com toneladas de "por quê?".

Por quê nao conseguimos abstrair as coisas? Pelo menos eu não consigo abstrair MUITA coisa, como por exemplo o erro de alguém, o pedido de desculpas e o meu talvez "perdão". Por mais que eu tenha perdoado, a pessoa esteja arrependida, eu fico com a coisa guardada dentro de mim, dias, mezes, e dependendo do que tiver acontecido, eu nunca mais esquecerei, por mais que eu tenha perdoado. Então eu me pergunto: "isso é realmente perdoar?" Porque para mim perdão é uma coisa meio Dalai Lama, abstrair completamente do erro e seguir em frente, meio nirvanico isso, mas seria o meu ideal de perdão, meu ideal de abstração.Enfim, isso é um defeito que muitas pessoas NÃO tem, infelizmente eu fui fabricado com esse defeitinho.

Por quê a lembrança dos nossos ex sempre ficam de forma nostalgica em nossas cabeças? Eu não consigo lembrar de coisas felizes com meu ex e não ficar triste, é inevitavel. Hoje me peguei pensando nele diversas vezes ao dia. Todas as vezes, sem exceção eu fiquei completamente nostalgico, pensava nos diversos momentos felizes(que eu tanto desvalorizei e deixei passar batido sem dar muito valor) que tivemos, nos beijos, nos toques e olhares. Uma coisa ruim ficou no meu peito, uma falta, um vazio... mas isso tudo um dia passará ou passarinho. Na verdade, reclamamos do que temos, e reclamamos mais ainda quando perdemos, estranho né?

Por quê? Por que? Porque sim!

domingo, 26 de julho de 2009

Sadness time

Voltava da aula de russo... só conseguia imaginar as intermináveis dobras de gordura pelo corpo inteiro da minha professora. Dobras de gordura que remetiam a uma vida de solidão, uma mulher que provavelmente não é casada,não tem filhos tem um gato que é o único amigo dela e faz sua terapia com intermináveis madrugadas de degustações culinárias.
Eu simplesmente não conseguia me concentrar em nada mais do que nas curvas de tristeza do corpo de Yvenah. Sabia que deveria lembrar de toda a matéria dada por ela durante a aula. Minha dificuldade em manter a atenção em uma determinada coisa era torturante, ainda mais quando meu ponto de fuga era uma visão que não me era agradável.
Logo quando cheguei em casa eu fui para o meu quarto, carregava nos braços um livro sobre a ortografia russa e um caderno que deveria estar lotado de anotações... mas não tinha nada alem de desenhos lúdicos... frases desconexas e pensamentos que passavam em minha mente durante as aulas.
Eu lembrava que Yvenah tinha dito algo sobre: "dever... provas...matérias sobre construção de texto" mas era tudo muito confuso em minha cabeça. Eu estava exausto, mesmo sem ter feito grandes esforços nos últimos tempos. Chegava no final do dia com uma grande fadiga.
Resolvi ligar para uma colega de classe e ela confirmou o que eu temia:" semana que vem teremos prova e uma redação valendo 15 pontos... é melhor você estudar."
Desliguei o telefone e me joguei em minha cama com meus livros e meu caderno de "anotações". A única coisa que me vinha em mente era a imagem de uma mulher muito branca, muito gorda, sentada em um sofá... com um pote de sorvete nas mãos e um gato deitado sob seus joelhos... as luzes da sala apagadas... somente a claridade da televisão que por sinal não estava sintonizada direito, passava um comercial de trituradores de alimentos.
Comecei a imaginar que deveria ser muito triste estar na pele daquela mulher, tão sozinha, tao abandonada... digna de dó. Eu acho que se ela morresse ninguém notaria de imediato.
Ainda bem que não sou eu que estou nessa posição. Acho que eu não teria forças para levantar da cama com uma vida tão parada assim.
Resultado de ter pensado tanto sobre isso: reprovei na prova de russo e consegui um C- na redação. Isso sim é infelicidade.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

My Hero


As vezes a gente tenta entender o motivo de um lado ser ruim e o outro ser bom... a constante balança que faz tudo ser perfeito(?), os motivos de certas pessoas terem atitudes erradas... os motivos de nós mesmos termos atitudes erradas.
Eu tenho um herói... ele não usa capa... nem um brasão no peito... está longe de ser o super-homem... seus poderes? Humpf... quem é super homem perto do meu super herói?!
O meu super herói tem um sorrizo que hipnotiza... um olhar doce e meigo que entrega toda a bondade do mundo nas minhas mãos... e um abraço tao forte que consegue destruir qualquer coisa ruim dentro de mim.
O meu super herói erra... e ele nao é perfeito... mas ele é ideal para mim. A unica coisa que me destrói é saber que o ponto fraco dele... é ele mesmo... nao sou eu... nem a criptonita...
Um pouco Batman... um pouco eu... um pouco ele...
Mas mesmo assim... eu ligo o meu holofote todas as vezes que eu preciso dele e espero que ele veja no ceu o meu pedido de socorro... as minhas promessas de amor... a que eu tenho nele... e na força que ele tem para mudar o mundo ( o meu mundo e o mundo dele).

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Dispo-me de mim mesmo, fico nu perante o espelho. Vejo tantas cicatrizes, tantas rugas, tantas marcas que eu mesmo fiz em meu corpo. Marcas para me tornar outra pessoa, marcas para me esconder de quem eu realmente sou, um alter-égo, uma frase dúbia, uma interrogação. Interrogo, e um espanto. Fazia tanto tempo que eu não me via... esse sou eu mesmo? É menos mal do que eu imaginava ser, é menos mal do que o outro ser que eu tentava ser. Sou eu, sem roupa, sem armaduras, sem medos, com arrependimentos, com duvidas, com interrogações, com pensamentos, com emoções... todas minhas, tudo meu. Nada dele. E eu vou me devolvendo, me tornando meu mais uma vez.

O vencedor


O meu caminho é pelo infinito à fora, até chegar ao fim. Se sou capaz de chegar ao fim ou não, não é contigo. É comigo, com Deus, com o sentido.
F.Pessoa

Dado o caminho da minha vida, basta perceber que eu não dependo dos outros para traçar meu caminho, buscar os meus sonhos e conseguir me realizar... dependo somente de mim, da minha vontade e da minha fé em mim.
Sigo o que me dizem, pois tenho fé nos outros, um dia hei de ter fé em mim... um dia eu vou vencer com as minhas próprias mãos.

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Objetivo: viver.


Com o tempo eu percebi que sou uma pessoa totalmente diferente do que eu imaginava ser. Tenho mudado tanto nos últimos meses, tenho me confrontado tanto comigo, tantas mudanças, tantas realidades diferentes, tantas convivências e aprendizados e tantas expectativas. Dá pra sentir um medo às vezes. Eu consegui enxergar pela primeira vez a força que uma pessoa pode ter sob minhas atitudes e minha vida (que eu sempre imaginei segurar com as minhas mãos) foi mudando de repente. Eu percebi que sempre existe um muro, um obstáculo na nossa frente, dificultando as coisas, tornando tudo um pouco mais intenso e interessante. E por mais que nós mudemos, sempre existirá algo a mais para ser mudado, sempre existirá alguém que não se contenta com as mudanças, sempre vão existir cobranças, a vida cobra com juros e correção monetária, e não tem como fugir disto.
Por mais que a gente mude, amadureça e vire outra pessoa, sempre vai existir alguém que vai achar pouco. Espero eu... que sempre exista pessoas que estejam do nosso lado pra dar apoio.
Eu não sei por que eu mudei, não sei se foi por mim, não sei se for por alguém. Fui motivado, fui cativado... mas eu definitivamente melhorei, evoluí. Mesmo não me sentindo bem o tempo inteiro, mesmo não superando as minhas expectativas, meus desejos. A vida não é 100% alegria. Eu mudei... mas ainda falta bastante. Ainda falta preencher muitas coisas dentro do Marcelo, ainda falta uma vida inteira pra mudar.

Chuva de domingo


carnes tremulas de desejo, nuvens negras e pesadas, caem gotas lá fora. são raios e ventos e desejos de chover, suspiros e assovios. a água escorre nas paredes, o suor em nossas peles. depois da chuva a calmaria, depois do gozo a exaustão.